Art. 225 da Constituição brasileira de 1988

"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações"

19.1.11

Diversão e sustentabilidade

O que fazer com as roupas que não queremos mais? A melhor alternativa é sempre doá-las para a caridade. Um gesto como esse não é apenas solidário e generoso, mas entra na categoria das ações ecologicamente corretas. Isso se dá porque aquelas pessoas que ganharem as roupas doadas não precisarão gastar dinheiro comprando e incentivando a produção de roupas novas. Alguns dirão que isso tudo é ruim para o mercado, para a economia, mas não é. Afinal de contas, as pessoas necessitadas não são os clientes em potencial de nenhuma indústria de roupas (deveriam, pois assim produziriam roupas de baixo curto e boa qualidade para que durassem mais).

Outra opção interessante é montar um bazar. O mercado de brechó cresceu em status nos últimos anos, com a incorporação de peças estilo “old school” às tendências da moda. Assim, mesmo as roupas antigas da sua avó podem ser reaproveitadas em um look completamente atual. Nesse sentido, montar seu próprio bazar com roupas coletadas das amigas, dos familiares, além de sustentável, é um bom negócio. Faça uma divulgação interessante, chame uma amiga cozinheira para montar uma barraca de lanches e seu bazar será um lugar divertido para ser visitado. A questão ambiental envolvida nesse processo é claramente a reciclagem ou reutilização das roupas. Isso garante que não se produza mais lixo, que o que ainda estiver bom será utilizado (mesmo que em um contexto completamente diferente) e que as pessoas não precisarão gastar mais dinheiro e recursos naturais para ter uma roupa nova. Além disso, você estará disseminando uma prática sustentável, servindo de exemplo para as pessoas do seu convívio.
A terceira opção (e aqui utilizarei um exemplo pessoal que achei muito interessante) seria a troca de roupas. A idéia envolvida é gerar uma circulação de roupas, ou seja, um círculo, em oposição a uma cadeia linear (produção, consumo, descarte). Reunir as amigas para trocarem de roupas chega a ser inclusive divertido, pois todos tem uma certa “tendência” a querer saber o que é melhor para o outro. Desta forma, cada uma com sua pilha de roupas que não quer mais (por várias razões como não servir mais, estar cansada de usá-la, ser um presente de alguém que você não gosta mais, enfim), é possível realizar uma troca que se mostra a melhor opção ambiental das três e eu explico o porquê.

Essa alternativa é interessante tanto por não gerar descarte quanto por não incluir o consumo de nenhuma das partes. As outras duas opções, por possuírem um modelo linear de movimento, exigem em algum ponto que se vá às compras novamente, afinal, só um dos lados está dando e o outro recebendo. Apesar de que o dinheiro gasto pela pessoa do bazar seria um dinheiro gerado por troca sustentável, a única maneira de garantir uma circulação das peças seria comprar suas roupas de outro bazar. Porém não há garantias de que esse exemplo continue. Enfim, o modelo de troca de roupas evita o consumo e não gera descarte por ser um movimento rotacional. Além, é claro, de ser uma boa alternativa para reunir seus amigos e se divertir com as possibilidades de customização. Quem disse que para ser eco é preciso ser chato?

Luciana Sonck

2 comentários:

  1. Adorei o artigo Lu!
    Acredito que seja realmente importante a reutilização/troca/doação de peças de vestuario, a nossa experiência foi maravilhosa!
    Vale lembrar que a troca num é um "toma lá dá cá" mas sim uma possibilidade de trocas sem regras, onde o que vale é a imaginação e o bom gosto... (exemplo da saia customizada para a Cacá)
    São pequenas ações que podem mudar a nossa realidade...

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  2. exatamente Fe! até a customização é parte divertida do processo...sem contar que tudo isso é negócio para quem está sem trabalho!

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